Jornalismo investigativo (ou de investigação), refere-se à prática de reportagem especializada em desvendar mistérios e fatos ocultos do conhecimento público, especialmente crimes e casos de corrupção, que podem eventualmente virar notícia. Em muitos casos, os Jornalistas Investigativos são questionados sobre os métodos utilizados na prática profissional. Um exemplo é o uso de câmera oculta, embora na Europa e no Brasil seja uma prática assegurada por lei.
A história do Jornalismo Investigativo é marcada por conflitos políticos e perigosos. O jornalismo investigativo é conhecido, especialmente, por desvendar atos ilícitos, divulgar informações que poderes públicos pretendem esconder, mostrar como funcionam esses órgãos e relatar aos eleitores sobre o desempenho dos políticos.
O Código de Ética dos Jornalistas , assegura o direito ao profissional de divulgar qualquer informação que seja de interesse público. No entanto, há conflito quando se restringe a divulgação da imagem (rosto) de qualquer pessoa envolvida na investigação, tendo sido utilizado contra os jornalistas em processos judicias, no Brasil tendo sido de entendimento do Superior Tribunal de Justiça em um caso específico, de que a liberdade de imprensa não é um direito absoluto.
Um dos marcos do Jornalismo Investigativo é o Caso Watergate, quando dois repórteres do jornal The Washington Post foram incansáveis em uma investigação que retirou do poder o ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.
O jargão Jornalístico para notícias publicadas em primeira mão é "furo", que é muitas vezes fruto do trabalho do Jornalismo Investigativo. Alberto Dines, comentando sobre a imprensa, declarou que "Todo jornalismo é investigativo, ou não é jornalismo. Donde se conclui que o que lemos, ouvimos e vemos todos os dias na imprensa não é jornalismo", e sim, notícia.
Abraji fez uma convocatória para que jornalistas e estudantes opinassem: "O que é jornalismo investigativo?". O objetivo é montar um painel com diferentes posições a ser apresentado durante o seminário de comemoração dos 10 anos da Abraji.
Leia abaixo algumas das definições enviadas por alguns Jornalistas e participe você também.:
Leonardo Sakamoto, da Repórter Brasil:
É o jornalismo de "precisão" e de fôlego que, através de pesquisa de campo e/ou trabalho de gabinete com dados e documentos, tem como objetivos a) trazer à tona informação de interesse público que alguém ou alguma instituição deliberadamente mantenha em sigilo e/ou b) retirar o véu de ignorância sobre determinado assunto, aprofundando significativamente o entendimento da sociedade sobre ele e trazendo novas interpretações que, principalmente, refutem a percepção corrente.
Marcos Ávila, estudante
O jornalismo investigativo é um espaço nobre criado para recuperar o ideal não mercadológico, mas social de base. A venda deste tipo de texto não está no informar, repassar, disseminar, apenas. Ganha a incumbência de exposição do conflito, moral social versus moral legal.
Acácio Rodrigues, Terra e TV Vitória:
Jornalismo investigativo é a arte de ter um olhar diferenciado. É produzir um material de qualidade, mesmo com uma pauta factual.
Daniela Arbex, Tribuna de Minas:
Penso que o jornalismo investigativo é o jornalismo de qualidade, que denuncia a realidade, mas, principalmente, ajuda a transformá-la.
Samuel Lima, citando Solano Nascimento:
Jornalismo investigativo só existe quando há investigação e quando quem investiga é o próprio jornalista.
Marcelo Tas, apresentador CQC:
Jornalismo investigativo é um pleonasmo vicioso, como subir para cima ou descer para baixo.
Rubens Valente, Folha de S.Paulo:
Jornalismo investigativo é uma ideia na cabeça e um processo nas costas. (RIP Glauber Rocha);
ou
Diz-se que notícia é quando o homem morde o cachorro. Jornalismo investigativo é indagar o que o cãozinho tem a dizer sobre isso;
ou
Eu não creio em jornalismo investigativo, mas que Collor, Renan, Lula, Sarney, FHC disseram que ele existe, ah existe. (RIP Borges).
Kleber Vinicius S Monte, Estudante de Jornalismo, Universidade Castelo Branco - RJ
Ramo do jornalismo criado pra se diferenciar do jornalismo acomodativo. Conceitualmente, todo jornalismo é (ou deveria ser) investigativo. Mesmo o diário.
Luis Erlanger, da CGCOM (rede Globo):
Dizem que Geoge Orwell disse que jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Para que isso aconteça o jornalismo tem que ser necessariamente investigativo.
Solicite o seu registro de JORNALISTA INVESTIGATIVO hoje mesmo!
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